Estão cheias de Joões, estas histórias tradicionais portuguesas.
Aqui está mais um, neste conto recolhido por Adolfo Coelho, o qual relata a maravilhosa história de João Mandrião, um João que era tão mandrião, mas tão mandrião, que para ir a algum lado tinha de arranjar quem o levasse ao colo. Mas não foi isso que o impediu de entrar em aventuras nem de encontrar um peixe mágico que, por nenhum motivo que se perceba, decidiu que o haveria de ajudar sempre que ele o pedisse. E o João Mandrião não se fez rogado, acabando casado com uma filha do rei e a viver, presume-se, feliz para sempre, ou não estivéssemos em ambiente de conto de fadas. De resto, que lugar social é melhor para um verdadeiro mandrião do que o de rei, não é verdade?
Esta é uma historinha com o seu quê de iconoclasta, mas que me deixa fundamentalmente a impressão de estar truncada, pois muitas das situações e reviravoltas são tão forçadas que não consigo sacudir a impressão de que deve faltar-lhe qualquer coisa. É um pouco como uma paisagem vista através de uma janela interrompida por grossas barras de qualquer coisa opaca.
Não é, portanto, dos melhores destes contos. Longe disso.
Contos anteriores deste livro:
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