sábado, 8 de maio de 2004

As armas de destruição maciça

O Luís N volta e meia lança desafios (estão a achar isto monótono, não estão?). O último foi escrever um conto em 5 minutos sobre um de cinco temas à escolha (só falta um, descansem). Eu escolhi a mentira e o conto é este:


— Onde estão as minhas armas de destruição maciça? — perguntou Zorg, do topo do seu trono gigantesco, fazendo ribombar a sua voz de doninha que arrancava ecos agudos das colunas do palácio.
— Perdão, ó Majestade Impiedosa, Luz de Mil Sóis, mas ainda não conseguimos encontrá-las — respondeu um temeroso funcionário, nariz assente sobre o chão de granito, falando para um microfone embutido nesse mesmo chão.
— EU QUERO AS MINHAS ARMAS DE DESTRUIÇÃO MACIÇA! — berrou Zorg, de novo do topo do seu trono gigantesco, etc., blá blá blá.
Desta vez, o funcionário ficou calado. Nas histórias com grandes vilões, não convém provocar-lhes a ira, caso contrário pode acabar-se com uma bandeja interposta entre a cabeça e o resto do corpo.
— Eunuco! — falou de novo Zorg, desta feita com voz mais suave, quase carinhosa — Vai buscar uma bandeja.
O funcionário estremeceu, e decidiu nesse mesmo instante mentir:
— Majestade Impiedosa, Luz de Mil Sóis de Aquém e de Além Mar, tenho informações recentes, que não queríamos fornecer-vos porque não são inteiramente certas, de que as vossas armas de destruição maciça se encontram escondidas numa gruta nas montanhas de... — e continuou durante mais um bom bocado, dando graças aos genes que lhe haviam dado uma imaginação de aquecimento rápido, desde que para isso houvesse o estímulo adequado.
E assim nasceu um mito, perpetuado no Império ao longo das eras.

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