terça-feira, 18 de abril de 2017

Lido: Obituário do Barão das Antas

Mais sintonizado com o steampunk do que os artigos ficcionados de João Ventura, este Obituário do Barão das Antas, de A. M. P. Rodriguez, é um exercício de bairrismo tripeiro-futebolístico, bem sucedido na ironia mas não muito bem sucedido na condição de obituário, pois resume uma pessoa apresentada como relevante o suficiente para ter ganho uma baronia a uma única invenção: a de um árbitro de futebol robótico "cheio de fair-play" (ou seja: que rouba para o Porto da forma mais objetiva possível). Dá a ideia de que Rodriguez teve a ideia da engenhoca mas não soube bem como pô-la em prática, e esta é outra das várias notícias ficcionadas presentes no livro que muito provavelmente ficariam melhor em contos ou novelas ou até, em certos casos, romances mais bem desenvolvidos. Isso e algumas frases em que não consegui descobrir sentido (o que significa, por exemplo, o fim da seguinte frase: "Embora parte do algoritmo nunca tenha sido revelado ao grande público, sabe-se que há uma conjugação entre as decisões de impasse e as correntes do vapor interior do autómato por magnetismo."?)  fizeram com que não tivesse gostado muito deste texto.

Textos anteriores deste livro:

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