segunda-feira, 6 de julho de 2009

Eis um artigo com que não concordo

Num contraste evidente com acontecimentos recentes e outras personagens (eu próprio incluído, sem dúvida), há quem tenha gasto o tempo a escrever o melhor artigo sobre a FC que eu li desde há muito tempo. E nem sequer concordo com ele.

Oh, não há dúvida de que a FC americana é dominante a nível mundial. Isso não tem discussão. Mas não me parece que os motivos sejam exactamente os que o Luís aponta. Há outros. A força de Hollywood, principalmente, que impôs no mundo todo uma forma de contar histórias na qual a FC americana se insere, tornando-nos, cá fora, mais receptivos a ela. Mais eficaz do que as outras num dado momento, sem dúvida. Mas melhor? Aí já tenho dúvidas.

E a história das pilhas é gira, mas sofre duma injustiça básica: todos nós consumimos FC norte-americana desde pequenos, porque, com raras excepções (raríssimas se excluirmos os autores britânicos), era essa a FC que se traduzia e traduz, foi essa a FC que formou o gosto de muita gente, foi entre essa FC que foram encontrados os primeiros autores preferidos. Em contraste, da polaca temos apenas o Lem. Da russa os Strugatsky. Da francesa, Verne e pouco mais. E das outras, nada.

Sem conhecer não podemos escolher. Se não temos acesso às coisas não podemos saber se são melhores ou piores do que aquelas a que temos acesso. E é precisamente por isso que eu escolheria a pilha do resto do mundo: a americana já conheço e levo-a comigo na cabeça. Que arda. Prefiro salvar os mundos de todos os outros. Os mundos que ainda não conheço.

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