A Árvore de Natal é um conto do russo Fiódor Dostoiévski sobre a baixeza humana. O que é curioso, tratando-se como se trata de um conto que vem publicado num livro de contos natalícios. Na verdade, de natalício este conto tem pouco... embora se passe quase todo numa festa de Natal, em casa de uma família da alta sociedade russa, onde decorre uma festa na qual está presente uma diversificada galeria de personagens movidas a hierarquia e interesses. O narrador é um daqueles observadores tão do agrado de alguma ficção oitocentista, que participa dos acontecimentos sem realmente neles participar, preferindo observar e registar o que vai sucedendo à sua volta. E o que sucede à volta deste é uma festa, que por pretexto é para as crianças, mas na realidade se destina a tratar de negócios entre os adultos... ainda que o objetivo não fosse exatamente abrir as portas ao principal acontecimento que o narrador acaba por relatar. Acontece que um dos convidados era um tipo com muito mais ambição do que escrúpulos e decide subir na vida seduzindo uma das crianças presentes na festa, herdeira de uma grande fortuna. É essa sedução que o conto relata a largas pinceladas; primeiro a tentativa de seduzir a própria rapariga, depois a bem sucedida sedução dos seus pais. Tudo muito nojento, mas bastante bem executado. O conto é realmente bom, embora este tipo de história-de-alta-sociedade-oitocentista tenda a encher-me de tédio.
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