A Ilha (bib.) é uma noveleta de horror de um tal João Henriques, que ou muito me engano ou também é pseudónimo e até suspeito que sei de quem, por via do título de uma certa e determinada curta-metragem referida na introdução. Basta juntar Jorge, como soi dizer-se. Mas, como diria a outra, isso agora não interessa nada. O que interessa é a noveleta.
E a noveleta é boa. Uma história muito interessante e bem contada sobre um homem, doente terminal, que se aventura a penetrar numa ilha da Madeira que anos antes se viu subitamente cortada da realidade em que a vida continua no resto do país e do planeta, a fim de investigar o que teria acontecido na ilha. Não é o primeiro a fazê-lo, bem entendido. Mas de todos os que o tentaram antes, nenhum regressou para levantar o véu de mistério. É como se a ilha se tivesse sumido para um outro universo qualquer. E quando lá chega, o herói, protagonista, narrador, vai descobrindo que foi mais ou menos isso o que aconteceu, que há leis da natureza que, pura e simplesmente, parecem ter deixado de funcionar tão irremediavelmente como a maquinaria humana. No fim...
Não, não vou revelar o fim.
É, como disse, uma boa história. Não isenta de falhas mas, parece-me, bastante melhor do que as anteriores. Não por acaso, também é bastante menos pulpesca do que as anteriores, ainda que o parentesco que nela se pode encontrar com as ficções lovecraftianas de horror cósmico — todas elas publicadas nas revistas pulp do tempo — justifique plenamente a sua inclusão neste livro. E por isso, foi a primeira história de que posso dizer que gostei.
Contos anteriores deste livro:
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