Bom Dia. Eu Queria Comprar um Telemóvel, que não é título mas sim primeira linha — o texto não tem título — é um exercício de ironia de Clara Ferreira Alves, em forma de diálogo, sobre a complicação que uma pobre cliente que nada percebe de telemóveis e respetivos modelos, planos de pagamentos, cartões de pontos e o diabo a quatro, tem de enfrentar quando chega a uma loja para, simplesmente, comprar um telemóvel. Qualquer telemóvel. De preferência de maneira a poder sair da dita loja pouco tempo depois com o recém-adquirido telemóvel na mão e a funcionar.
Obviamente, não consegue.
Sem que seja nada de superlativo, é um textozinho divertido, entre o conto e o sketch, corrosivo q.b. para com uma certa forma de facilitar a vida ao cliente dificultando-a ao máximo. Há aqui algo de caricatura kafkiana, ainda que Clara Ferreira Alves empregue uma leveza de que em Kafka nem sombra se vislumbra. O leitor, ou pelo menos este leitor, sorri. É o que se pretende.
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