A Funerária é uma curta peça de teatro de José Alberto Braga... ou talvez não passe de um sketch. Mas é capaz de ser mesmo peça; afinal, sempre são oito páginas de texto, o que faz dele, e de longe, o mais longo texto presente neste livro.
O tom é macabro. Um homem aparece um belo dia numa agência funerária, gerida por dois sócios chamados Alves, com a intenção de comprar um caixão. Até aí, nada de invulgar. Mas depressa a coisa começa a complicar-se quando o atarantado cangalheiro que o atende percebe não só que o caixão é para o próprio cliente, como que este pretende a morte para o mais breve possível, e o cangalheiro que faça o que for necessário para resolver o assunto. Ou os cangalheiros, ele e o sócio. Nisso, o cliente não é esquisito.
É um texto que realmente tem graça e, não por casualidade, também é um dos (demasiado escassos) textos devidamente desenvolvidos que o livro contém. As duas coisas não estão separadas, longe disso. Aqui temos não só a ideia básica, mas também outras ideias acessórias que se lhe somam, e uma história com princípio, meio, fim e punch line. Tudo no sítio, tudo eficaz.
Assim, sim.
Textos anteriores deste livro:
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