segunda-feira, 28 de abril de 2014

Lido: O Rio das Quatro Luzes

O Rio das Quatro Luzes, outro dos continhos de Mia Couto, é uma história com uma faceta fantástica razoavelmente forte sobre uma criança que não queria ser criança. Talvez porque, ao ver passar um funeral, o cerimonial do enterro exerceu sobre ela um fascínio mórbido, envelhecer depressa e a morrer passou a ser aquilo que o miúdo mais desejava no mundo. E entristece (Mia Couto talvez escrevsse "tristonhece") e murcha, comsumido por esse desejo. Nenhum argumento o convence ou demove até que o avô faz com ele um trato: quando chegar a sua hora, que se aproxima, pedirá a deus para os dois trocarem de lugar pois ele, ao contrário do jovem, gosta de viver e não se importaria de por cá ficar mais algumas décadas. E eis que o miúdo se enraíza em esperanças e desabrocha para a vida na expetativa de perdê-la. O desfecho de toda a história é que não é bem aquele que esperava.

Este conto é magnífico. Por tudo isto que acima ficou escrito e por mais algumas razões.

Contos anteriores deste livro:

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