O. J. Cade aparece na antologia com dois contos.
Longfin's Daughters é uma história de fantasia sobre três irmãs que viviam jundo de um charco de enguias e que com essas enguias partilhavam algo mais do que simples vizinhança. Há algum sexo envolvido no assunto, há questões de reprodução e hereditariedade, e há diferenças de personalidade entre as irmãs que vão determinar diferentes atitudes para com as enguias e efeitos destas nas raparigas. É um conto bem escrito e razoavelmente bem elaborado, mas não gostei muito dele por motivos que não consigo identificar. Pura subjetividade provavelmente, talvez algo a ver com o estilo da autora. O certo é que o conto me aborreceu.
The Mythology of Salt é bastante melhor, pelo menos no poder literário da prosa. Por outro lado, é pior, pois trata-se uma espécie de ficção científica soft que se alicerça em parte numa ideia que pouco sentido científico faz: a escassez do sal e a sua necessidade para a sobrevivência de colónias em mundos extraterrestres, tendo por isso de ser levado de um lado para o outro em viagens espaciais... quando na verdade o sal não passa de simples cloreto de sódio e tanto o cloro como o sódio estão bem longe de serem elementos raros no Universo — são ambos mais abundantes do que a grande maioria dos metais, incluindo alguns tão importantes como o cobre ou o zinco. Mas se nos abstrairmos dessa falha, o conto é poderoso, porque conta, e bem, uma história de abandono e anseio, de maternidade, tradição e rebeldia.
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