Tory Hoke é mais uma autora presente nesta antologia com três contos.
The Baby Mimic é um conto de ficção científica sobre o desenvolvimento e consequências do vínculo maternal. Num futuro indeterminado mas aparentemente não muito longínquo, um casal, estéril, procura um bebé-robô para conseguir, apesar disso, passar pela experiência da paternidade. Com alguma hesitação, aceitam ser integrados num programa piloto que traz consigo a promessa de uma experiência o mais realista possível. Um bom conto, ao mesmo tempo aterrorizador e divertido, que lida com estas coisas das mães, dos pais e dos bebés, com uma certa ironia desassombrada.
The Demeter Gyro Disaster é também um conto de ficção científica, este uma história de sobrevivência que começa quando uma estação espacial sofre uma falha catastrófica e, enquanto o resto da tripulação foge, um tal Dennis e uma tal Sonia ficam para trás, esquecidos. Mas não se deixam esquecer. Também é um conto bastante bom, e também está muito cheio de pequenas ironiazinhas e surpresas que só tornam a leitura mais apelativa.
Shaka Bars é outra história de ficção científica, ainda que esta esteja bem próxima do terror, sobre uma mulher, obesa, que, ao procurar no supermercado algo para comer que não a engordasse mais, depara com as Shaka Bars do título. Mas estas são mais do que à primeira vista parecem ser. Oh, muito mais. Outro bom conto, que para mim tem o interesse adicional de parecer fazer referência a, e recolher inspiração em, um dos contos do Martin que traduzi há algum tempo, O Homem em Forma de Pêra. Há em ambos algo de obsessivo que os aproxima bastante, e facto de o fulcro da obsessão girar, no todo ou em parte, em volta de pacotes de alimentos sintéticos, aproxima-os ainda mais.
Tory Hoke está claramente aprovada.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Por motivos de spam persistente, todos os comentários neste blogue são moderados. Comentários legítimos passam, mas pode demorar algum tempo. Como sempre acontece, paga a maioria por uma minoria de abusadores. Parece ser assim que o mundo funciona, infelizmente.