segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Lido: Metade do Império

Metade do Império (bib.) é mais um dos pequenos contos de Bruce Holland Rogers cujo principal forte é a subtileza. Aqui, encontramos uma daquelas situações típicas das velhas lendas em que uma princesa aguarda pacientemente que um dia chegue algum pretendente suficientemente heroico para ultrapassar os desafios que o rei lhe apresenta. Mas, ao contrário do que é hábito, o herói não é herói algum, mas apenas um rapaz de uma aldeia de pescadores que vai ver as vistas à capital. E daí talvez seja mesmo um herói, pois vai ultrapassando os desafios, um após outro, graças a uma mistura de casualidade e singeleza de espírito. Mas acaba por renunciar quer à princesa quer ao dote, a metade do império a que o título faz referência, e aí reside a maior subtileza do conto. Por que verdadeiro motivo renuncia o rapaz àquilo que conquistou por direito próprio, ainda que de uma forma pouco convencional? E a que, ao certo, renunciou ele? São duas questões que ficam sem resposta, ou com todas as respostas que os leitores lhes derem. Eu sei as minhas, mas não as divulgo. Acrescento apenas que gostei mesmo muito desta história.

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