Por Amor à Prole (bib.) é uma magnífica noveleta de ficção científica de João Barreiros. Ambientada, presumivelmente, em Portugal, a ação passa-se numa quinta, cuja dona tenta a todo o custo defender da infestação por organismos modificados por um qualquer agente mutagénico extremamente agressivo e eficiente que aparentemente teria chegado à Terra vindo do espaço. É uma história apocalíptica e desesperada, com mais do que um toque de horror, à qual o estilo de Barreiros se ajusta como uma luva, com um cenário exuberante e um enredo muito bem construído. A agricultora, não apenas sozinha na sua quinta, mas também grávida — uma gravidez que tem de manter secreta porque ela própria é resultado da infestação, e a mulher sabe disso apesar de tentar (ou de ser obrigada, talvez) fechar os olhos ao facto — desmultiplica-se em trabalhos destinados a manter os cultivos e os animais o mais puros possível. Trabalhos esses que o leitor depressa compreende serem fúteis, visto que a infestação está completamente fora de controlo. E depois, acontece o inevitável, ainda que não de uma forma que seja previsível.
Este é um conto excelente, um dos melhores de toda a obra de João Barreiros.
Contos anteriores desta publicação:
Sem comentários:
Enviar um comentário
Por motivos de spam persistente, todos os comentários neste blogue são moderados. Comentários legítimos passam, mas pode demorar algum tempo. Como sempre acontece, paga a maioria por uma minoria de abusadores. Parece ser assim que o mundo funciona, infelizmente.