O Nome Gordo de Isidorangela, outro pequeno conto de Mia Couto, regressa uma vez mais ao tema da mulher, mas aqui de uma forma diferente. Ambientado nos tempos do Moçambique colonial, o protagonista e narrador é um rapaz burguês, filho de um mulato, que narra a descoberta de um segredo. Este tem forma, corpo e nome. Uma forma redonda, um corpo obesíssimo e o nome de Isidorangela. Mais: também tem parentescos. Filha do presidente da câmara, por quem o pai do narrador nutre uma admiração ostensiva, a rapariga é no entando posta de lado por todos devido à gordura. Até que acontece um convite e uma visita.
É mais um bom conto, e desta vez mais a meu gosto por não "abusar" da poesia, mantendo-a no entanto presente, numa história que não parece até à reviravolta final mas está carregadinha de ironia e que trata com uma subtileza de passos de pena a questão racial em tempos de colonialismo. Gostei bastante.
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