Gary B. Phillips também está presente nesta antologia com duas histórias.
The Lady Electric é uma história fronteiriça, uma espécie de retrotecnofantasia se me é permitido mergulhar de cabeça no reino dos neologismos, uma mistura de fantasia com ficção científica e com tecnologias do passado que tanto têm apelado aos leitores nos últimos anos, sobre uma mulher, mais que provavelmente alienígena, que é dotada de tanta energia própria que acaba capturada e a servir de gerador de eletricidade para o mundo inteiro. Mas o que o conto tem de melhor é o modo como está escrito, num texto poético e muitíssimo eficaz a entregar a informação suficiente no tempo certo, contado na primeira pessoa por um homem que se apaixona pela protagonista e se lhe dirige quase como se numa carta. Bastante bom.
Enteral Feeding é uma fantasia mais pura, ainda que tenha uns toques de horror, sobre a captura e metamorfose de uma espécie de vampiro. Continua a ser um conto muito bem escrito, mas julgo-o pior que o primeiro porque aqui Philips não entrega a informação suficiente, nem no tempo certo nem em nenhum outro. Tudo é vago e indefinido. E eu, embora tenha a certeza de que é precisamente esse efeito que o autor desejava, acho que não funciona lá muito bem.
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