João Fiel é uma história dos Irmãos Grimm sobre as andanças e aventuras de João Fiel, um criado fidelíssimo, que se esforça para cumprir as derradeiras vontades de um velho rei, as primeiras vontades do novo rei, filho do velho, que lhe sucede quando o pai morre, e as consequências que estas têm. É um conto de fadas, naturalmente, repleto de magia e metamorfoses, misturando ingenuidade com uma dose não despicienda de crueldade, amores impossíveis (e instantâneos) e outros ingredientes da mesma espécie. Mas não é das histórias mais memoráveis. Falta-lhe para isso, talvez, uma ligação narrativa mais firme entre os vários elementos de que se compõe. Dá a sensação de que o enredo procura enovelar-se com fios de cores pouco harmoniosas ou, falando de forma menos oblíqua, de que a história foi sendo construída pelos seus contadores a partir de peças provenientes de outras histórias mais antigas, sensação essa que é acentuada pela habitual nota em que os Grimm se referem a histórias semelhantes encontradas em outros pontos de Alemanha e de outros países, na qual chegam a fazer referência à mitologia romana. Uma história interessante, em especial sob um ponto de vista mais sociológico, mas não muito boa enquanto história.
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