quarta-feira, 19 de julho de 2017

Lido: Desportos de Inverno

Há um tipo de conto que faz as delícias dos apreciadores da literatura realista mas de que eu nunca consegui gostar, a menos que estejam mesmo extraordinariamente bem escritos e concebidos. São os contos mundanos, que descrevem pequenos sucessos e insucessos do quotidiano. Os apreciadores da coisa deliciam-se com o reconhecimento de paisagens e personagens, adoram aquela sensação de ah, eu conheço um tipo igualzino a este gajo, uma gaja que é escarrapachada esta tipa, especialmente quando os escritores as situam em paisagens que lhes são familiares. A mim, isso enche-me de tédio, com a ressalva expressa acima. De banalidade tenho eu a vida demasiado farta para ainda gostar de apanhar com ela na literatura.

Pois bem, este Desportos de Inverno, de um Luís Forjaz Trigueiros de quem julgo que nunca antes tinha lido nada, é conto recomendável apenas aos apreciadores da banalidade. Uma cena de engate frustrado num café qualquer de Lisboa, mediano na escrita e banal nas personagens, nada nele me despertou o interesse. Não é um mau conto, entenda-se; é só um conto que me deixou uma certa sensação de tempo perdido.

Contos anteriores deste livro:

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