sexta-feira, 28 de julho de 2017

Lido: A Meia Hora de Sol

Em Portugal, antes do 25 de Abril, houve uma significativa atividade literária de resistência. Uma multiplicidade de autores produziram obras em que refletiam umas vezes mais diretamente, outras menos, o dia-a-dia de quem se opunha ao regime. Nesta antologia há várias dessas histórias e este A Meia Hora de Sol, de Urbano Tavares Rodrigues, é mais uma.

Neste conto, muito curto, a história que se conta é uma história de amor interrompido pela prisão. Urbano não o diz claramente, mas não é difícil adivinhar que é uma prisão política que obriga o casal a passar a comunicar esporadicamente por carta, sempre sujeita aos olhos da censura, e nas raras visitas que a mulher faz à cadeia. E isso, essa falta de privacidade, tem consequências, exacerbadas pela tendência humana para imaginar o que não se sabe e extrapolar a partir de informação insuficiente. Este é outro conto bom, ainda que me pareça demasiado curto para realmente causar impacto. A história depende da psicologia das personagens e esta é-nos dada a pinceladas que talvez sejam demasiado rápidas.

Contos anteriores deste livro:

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