segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Lido: Bando de Dois

Bando de Dois é um álbum de banda desenhada do brasileiro Danilo Beyruth sobre um par de cangaceiros que, depois de uma batalha com uma patrulha de soldados, são os únicos sobreviventes do seu bando. Um deles fica ferido e, num delírio, recebe ordens do fantasma do chefe do bando, para os "libertar". A partir daí, a história transforma-se numa aventura muito semelhante a um western, pois os dois sobreviventes decidem que a ordem delirante significa que terão de se apropriar das cabeças dos companheiros mortos, que a patrulha leva consigo em caixas a fim de as expor como prova de sucesso, e enterrá-las. Isso vai dar lugar a uma série de peripécias que, despidas de um certo sabor nordestino, poderiam perfeitamente fazer parte de uma história do Velho Oeste americano. Mas uma história do Velho Oeste que nunca se afasta muito do horror. Há aparições de almas do outro mundo, por mais sonhadas que sejam, há várias imagens cadavéricas, como a da capa, e há um final que é praticamente apocalíptico.

Da BD brasileira só conhecia algumas coisas do Maurício de Sousa e um projeto de BD do universo da Intempol, do Octávio Aragão (já vos disse que não sou bedéfilo) e, também por ser tão diferente de ambos esses contactos anteriores, gostei bastante deste álbum. Abriu-me mais os horizontes.

Mas não foi só isso. Achei também a história francamente bem contada e gostei muito da arte, limpa e clara à maneira da BD que mais li e de que mais gostei, a franco-belga. Ao contrário da de Crumb, diga-se, que tem um ar atulhado que não me agrada particularmente.

Não me pronuncio sobre o enquadramento deste álbum na BD brasileira, por motivos óbvios, mas ele inclui duas páginas de uma introdução que fazem, basicamente, isso mesmo. Também por isso é bom.

Este livro foi comprado.

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