Não deixa de ser curiosa a insistência de autores e publicações em publicar poemas de ficção especulativa, quando consideramos o desagrado, quando não é mesmo repulsa, que uma apreciável maioria dos fãs do género expressa pelas artes poéticas.
Lawrence Schimel é um desses autores. Em Como Criar um Humano (bibliografia) pega numa série de criaturas mitológicas, todas híbridas entre os homens e diversos animais, e faz um exercício poético curioso que, infelizmente, é completamente estragado por um final meia-bola-e-força, despido do menor vestígio de subtileza, e que ainda por cima é quase desnecessário porque a ideia já fica plenamente clara nas estrofes anteriores. Ignoro como é o original, o que em poesia traduzida é sempre algo a ter em conta (são as traduções mais complicadas que existem — palavra de tradutor), se tem restrições de métrica ou rima ou é verso livre como surge na tradução, mas esta até me pareceu boa. O poema é que nem por isso.
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