Com uns cheirinhos a várias séries e filmes de invasão alienígena que foram aparecendo nas últimas décadas, do V ao Independence Day, e a outras tantas (ou mais) obras em prosa, este conto de Gian Danton não foge muito ao já visto mas tem sobre a maioria das ficções escritas sobre o tema uma grande vantagem: está bastante bem escrito.
Na verdade, pode mesmo considerar-se que o facto de lidar com ideias e tópicos já batidos (uma invasão discreta, uma quinta coluna de ETs que se misturam com a população geral sem ninguém, ou quase, dar conta, seguindo-se a invasão mais declarada com naves gigantescas a surgir nos céus da Terra) é uma vantagem para este O Grande Besouro: ajuda a evitar que o conto se prolongue mais do que a página e muito pouco que ocupa, evita o excesso de infodumps por já conhecermos a maior parte da situação e do enredo, e deixa o autor livre para se concentrar em como vai contar a história. E Danton conta-a realmente bem, com uma prosa agradável salpicada de boas imagens, bom ritmo e escolhas inteligentes do protagonista/narrador e da forma como a informação necessária (pois há sempre alguma) chega ao leitor.
Não será nada de superlativo, que não é, mas este é um bom conto.
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