domingo, 12 de setembro de 2021

Irmãos Grimm: O Velho Hildebrando

Mais um conto sem nada de fantástico, este O Velho Hildebrando, a menos que se ache que um homem enfiar-se num cesto de ovos e ser carregado por outro é coisa mágica (e eu não acho, que há cestos de ovos bem grandes e há homens pequeninos e leves). Trata-se de um conto maroto, até com o seu quê de anticlerical, mostrando que os contos beatos que os Irmãos Grimm incluíram no livro não são necessariamente resultado das suas ideias religiosas.

A história é a do velho Hildebrando, homem bom mas crédulo, cuja mulher anda com vontade de o presentear com uma valente parelha de cornos. Com quem? Com o padre, vejam só, e ainda por cima o sacana do padreco está pelos ajustes, pelo que os dois se combinam para que ela se faça de doente e ele declare no sermão que um homem tem a obrigação de partir em busca de cura para quaisquer familiares doentes, nem que seja para bem longe. E o velho Hildebrando cai como um patinho. E lá vai ele.

A sorte é encontrar pelo caminho um amigo, que lhe explica o que se passa e lhe sugere uma artimanha para que o veja com os seus olhos. E lá acaba a história em bem, com o bom vingado e os maus punidos. Que entre os maus se conte aqui um padre é detalhe. Detalhe curioso, mas detalhe.

Contos anteriores deste livro:

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