E eis que, após uma série de contos bastante parecidos uns com os outros, temos nesta coletânea dos Irmãos Grimm um conto completamente diferente. Para começar é puramente realista, ou quase, nada (ou quase) tendo de fantástico. Depois, não é uma história de trabalhos mais ou menos hercúleos com muitos feitiços à mistura mas sim uma pequena farsa, ainda que o prémio final seja basicamente o mesmo: um casamento real.
Como o título de A Filha Esperta do Camponês indica, trata-se da história de uma rapariga camponesa que, por meio de inteligência e astúcia, consegue subir na vida até ao topo da hierarquia. O que esta história tem de mais curioso, ou até surpreendente, é afastar-se decididamente do arquétipo da jovem mais ou menos incapaz, vítima de maldades várias, quer sejam feitiços ou simples maldade humana, à espera que algum candidato a cavaleiro andante a venha salvar. Esta camponesa não: arregaça as mangas e trata de fazer ela própria o que é preciso, e sem que para isso tenha de atropelar muita gente.
Quê?, perguntarão com maior ou menor espanto. Um conto feminista no livro dos manos Grimm? Sim, parece ser isso mesmo o que aqui temos.
Contos anteriores deste livro:
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