O Bom Vampiro (bibliografia), texto de Charles Nodier com a dimensão de uma vinheta, não se apresenta como conto, mas como texto etnográfico, descrevendo a existência, nos Morlaques (região montanhosa situada no norte da Dalmácia, atual Croácia), de uns tais vukodlacks, vampiros bondosos, atacados pelo mal vampírico que os horroriza e repugna mas ao qual não são capazes de resistir, muito embora a palavra que é usada para os designar tenha mais a ver com as que se referem aos lobisomens nas línguas eslávicas do que propriamente com vampiros. Com apenas duas páginas, o texto não tem história; limita-se a descrever tais criaturas (ou tal doença?) em traços gerais, sem aprofundar. Mas, por outro lado, essas duas páginas bastam para demonstrar que a figura do vampiro sem maldade não é uma invenção delicodoce dos modernos romances vampíricos para meninas, antes remonta, pelo menos, a um par de séculos atrás. Interessante, embora não me pareça que passe disso.
Contos anteriores deste livro:
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