Corra, Lalo, Corra, vinheta de Luiz Bras, é um conto de ficção científica, ou quiçá de fantasia, ou talvez das duas coisas e de outras ainda, que, numa prosa sincopada, ritmada, quase poética (ou poética mesmo), exorta um tal Lalo a fugir, a atravessar portais entre dimensões, a saltitar entre universos, porque o Lalo, por algum motivo que nunca chega a explicar, está a ser perseguido por hordas de criaturas identificadas apenas por uma sua qualidade, por um seu ato, por um qualificativo.
É daqueles contos que sugerem mais do que dizem, e que têm na prosa, na forma, a sua principal força. É frequente não passarem disso, de mera forma sem conteúdo, mas Bras consegue criar imagens evocativas de mundos que apesar de nunca serem vistos parecem estar logo para além da curva seguinte na estrada cósmica. Pode ser só truque, prestidigitação de mago de palco literário. Mas está bem feito. Muito bem feito.
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