O Compadre Lobo e a Comadre Raposa é outra história popular em jeito de fábula, protagonizada por lobos, raposas e pessoas. Aqui, o lobo volta ao papel de ingénuo que já tinha mostrado em histórias anteriores, mas a criatura traiçoeira e maligna é o homem, mesmo tendo com o lobo e com a raposa (que pouco aparece, e quando o faz é sem a astúcia habitual) relações de compadrio. É uma história curiosa por isso mesmo: em vez da simples antropomorfização dos animais, que é marca de qualquer fábula, os quais depois agem na história com a espécie de personalidades que a lenda lhes associa, e ora não interagem de todo com os seres humanos, ora, quando o fazem, são os primeiros a seguir por maus caminhos, aqui os animais são basicamente vítimas da canalhice das pessoas, primeiro explorados e logo mutilados, e mesmo quando tentam vingar-se o resultado acaba por ser mau. Curiosa inversão esta, que coloca como vilão o bicho que conta a história. Costuma ser ao contrário.
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