A Rosa Caramela é um daqueles contos de Mia Couto que se centram numa personagem com qualquer coisa que a torna simultaneamente invulgar e igual a toda a gente, e em que as relações interpessoais desempenham papel de relevo. Aqui vamos encontrar a Rosa Caramela, mulata de muitas mulatezas, corcunda mas linda, que se apaixona, noiva, espera e desespera. Mas a história, que assim contada parece feia, uma história de abandono e preconceito, acaba resgatada, história de amor, de redenção, história bonita.
Mia Couto tem aquele seu jeito típico de contar histórias. Quem o conhece depressa as reconhece, e às vezes basta uma frase como aquela que abre este conto: "Dela se conhecia quase pouco." É um jeito muito bom e, embora esta história não seja das melhores que já lhe li, está cheia desse jeito. E isso, sem bastar para tudo, basta para muita coisa.
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