Rosalinda, a Nenhuma, é uma história de Mia Couto sobre uma mulher anulada por um marido bêbado, abusador e mulherengo como poucos, que em dada altura morre e a deixa viúva. E ao morrer e deixá-la viúva transforma-a de mulher abandonada e desamada, uma entre muitas por mais legítima que seja, em dona do seu destino e da sua vida. É uma história cheia da poesia carregada de neologismos tão típica de Mia Couto, uma história de mulher, também como tantas outras das histórias do autor moçambicano. Uma história com vida dentro, por mais estranho que possa por vezes ser o que faz mover a protagonista. Uma história muito curiosa, em particular no que toca à metamorfose psicológica que toma conta de Rosalinda, ao ver-se enfim livre, como que se convertendo no marido (e depois em louca). Muito bom.
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