segunda-feira, 7 de maio de 2018

Lido: Antichristmas

Entre as narrativas de fundo cristão, há um ramo que se dedica a imaginar não o que as divindades ou para-divindades cristãs fazem ou deixam de fazer, mas os atos das forças do mal, sejam elas demónios, sejam elas o Diabo ou o Anticristo. E é um ramo bastante significativo, em especial na literatura de horror.

No caso de José dos Santos Fernandes não é propriamente horror o que apresenta em Antichristmas (bibliografia), mas uma fantasia urbana em boa medida satírica. O título deixa bem claro aquilo de que se trata: sabendo-se que o natal (ou christmas, em inglês) celebra a vinda de Cristo, fácil se torna deduzir que o antichristmas celebra a vinda do Anticristo e que este conto relata essa vinda. E sim, é isso... mais ou menos. Nas entrelinhas, digamos. Porque as linhas, essas, dedicam-se a contar um par de conversas, primeiro entre dois jovens membros de uma organização secreta de adeptos do dito-cujo, e depois entre estes e um tal Sr. Fields, americano, e um dos maiorais da organização.

O conto não é mau. Tem um ritmo interessante e, à parte algumas gralhas, não há muitas incorreções. Mas a história não me despertou grande interesse, não sei bem porquê. Talvez por não a achar suficientemente iconoclasta. Também os diálogos, algo pueris, em particular no início do conto, contribuíram para não ter saído desta leitura lá muito satisfeito. Este conto é razoável, e creio que só isso.

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