Se bem me lembro, ainda não tinha encontrado neste livro de Luiz Bras dois contos consecutivos desprovidos de qualquer relação com FC, mas é o que acontece agora, com este Divagações da Caixa-Preta a seguir-se a Famigerada Fome.
Mais uma vez, trata-se de um conto de horror, e mais uma vez para falar dele é impossível não revelar detalhes importantes do enredo, portanto aconselho vivamente quem tem pavor aos famosos spoilers a parar de ler neste preciso momento.
O título, mesmo misterioso como é, diz tudo sobre o que o conto é: uma divagação, em prosa de muito boa qualidade com uma mistura interessante entre acutilância e poesia, de alguém que está reduzido à pura consciência, depois de ter perdido o contacto com o mundo ao desaparecerem, um após um, todos os seus cinco sentidos. E está tão bem feito que quando o leitor se apercebe de que é isso o que se passa o arrepio é inevitável (mesmo que cientificamente a coisa seja algo insegura, pois os sentidos humanos são bastante mais que cinco).
Outro conto bastante bom, portanto.
Textos anteriores deste livro:
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