E que tal correu?
Olhem, foi tudo bastante parecido com janeiro. A FC portuguesa está praticamente parada, contando este mês apenas com um lançamento algo marginal ao género (ou totalmente fora dele, pois os livros do António Bizarro só têm alguns elementos de FC e às vezes nem isso, pelo menos a ajuizar por algumas opiniões que se têm lido por aí) e uma reedição brasileira de Saramago. Ou então é tudo secreto, não divulgado, encerrado nos grupinhos murados das redes sociais.
Em contraste, no Brasil continua a lançar-se material se não com abundância, pelo menos com regularidade. E com muitos nomes novos, coisa que em Portugal só raramente aparece com lançamentos individuais, e quando aparece tem tendido a ser através daquelas pequenas edições de contos feitas pela Imaginauta. Este mês, de resto, as novidades brasileiras são praticamente só nomes novos; não vejo aqui nenhum clássico ou consagrado.
Quanto à ficção traduzida, desaparecido o efeito dos anúncios de novidades de médio e longo prazo os números desceram bastante, tanto em Portugal como no Brasil. Mas voltaram a ser equilibrados, o que continuo a achar surpreendente, ainda que desta vez haja uma ligeiríssima vantagem brasileira. Talvez devido à continuada ausência de anúncios de edições brasileiras de Perry Rhodan. Mas não só, pois as novidades portuguesas são desta vez mais próximas do núcleo central da ficção científica, estando a maior parte das brasileiras um pouco mais afastadas. Mas em ambos os casos os números são baixos; desconfio que talvez se venham a contar entre os mais baixos do ano.
De resto, tivemos um lançamento de não-ficção lusobrasileira, três lançamentos de não-ficção traduzida, todos no Brasil, e três lançamentos de periódicos, sendo aqui de realçar o aparecimento de um português, o que é uma raridade. E também aqui os números são baixos, com exceção da não-ficção traduzida publicada no Brasil. Está certo que nunca fiz isto mês a mês, portanto não posso ter certezas, mas três títulos num só mês não deve ser muito frequente.
Em suma: fevereiro não me agradou. Em abril logo veremos como foi março. Até lá.
Ficção portuguesa:
- Ensaio Sobre a Cegueira, de José Saramago (editado no Brasil)
- Os Filhos de Rambeau, de António Bizarro
- A Primeira Diretriz, de Paulo Batkai Louzada
- Canis Majoris, de Eduardo Bragança
- Ir Também é Ficar, org. Vanessa Brunt
- O Garoto das Dez, de G. S. Goméz
- O Herdeiro dos Deuses, de Victor Alves
- Passageiro do Caos, de Uziel A. Gomes
- Quadrado 111, de Gleisom Peixoto
- Signum, de Júlio César Bueno
- Unicelular, de Tarsis Magellan
Edições portuguesas
- A Tempestade, de Clive Cussler e Graham Brown
- Depois do Dilúvio, de Kassandra Montag
- Os Tempos do Ódio, de Rosa Montero
- Viagem ao Passado, de Kevin Emerson
- A Jangada, de Jules Verne
- Histórias Extraordinárias, de Edgar Allan Poe
- Nova York 2140, de Kim Stanley Robinson
- O Chamado de Cthulhu e Outras Histórias, de H. P. Lovecraft
- Território Lovecraft, de Matt Ruff
- Faces da Utopia, org. ??
Edições brasileiras
- 21 Lições Para o Século 21, de Yuval Noah Harari
- H. P. Lovecraft: Contra o Mundo, Contra a Vida, de Michel Houellebecq
- Inteligência Artificial, de Kai-Fu Lee
Edições portuguesas
- Orion, nº 5
- Conexão Literatura, nº 56
- Literomancia, nº 3
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