É curioso como os problemas no uso das vírgulas se correlacionam tão frequentemente com as pretensões à prosa poética, como se os autores mais inexperientes estivessem convencidos de que escrever bem e escrever rebuscadamente são uma e a mesma coisa, e por isso tentassem, sem saberem bem como, alcançar o segundo objetivo para conseguirem obter o primeiro.
Sim, é precisamente o caso deste O Museu (bibliografia) de Elsa Loff, mais um conto bastante fraco principalmente por conta de demasiados disparates na colocação de sinais de pontuação, sobretudo de vírgulas, e porque a autora, ao tentar fazer prosa poética, acaba a adverbiar e adjetivar em demasia o seu texto. Este é uma banal história de terror sobre uma criatura demoníaca mergulhada em formol num frasco num museu — e cá temos o título — mas nem por isso desprovida de um certo poder. A leitura não é particularmente agradável, mas o conto, muito curto (duas páginas), esquece-se num ápice.
Textos anteriores deste livro:
Curiosamente, o comentário ao meu texto, aplicar-se na íntegra à sua crítica. É curioso o efeito de espelho entre o que escolhemos ler, e aquilo que lêmos. Agradeço ter perdido tempo a ler o meu texto (não tenho evidência de mais ninguém o ter lido), é ainda mais por me ajudar a escrever melhor no futuro. Obrigada!
ResponderEliminar