sábado, 4 de dezembro de 2021

Irmãos Grimm: A Carriça e o Urso

E voltámos às fábulas neste livro dos Irmãos Grimm. Não é das mais curtas, esta, mas também não se pode propriamente chamar-lhe comprida. A Carriça e o Urso entram em conflito aberto porque o urso fala sem pensar e acaba por insultar os filhos da carriça, que são umas pestinhas insuportáveis com o poder de levarem os pais a satisfazerem-lhes todos os caprichos. É isto o que esta história tem para mim de mais interessante, de resto: a forma como a fábula pega nos comportamentos animais (e na exigência permanente dos pintos de carriça... e de tantos outros pássaros; bocarras escancaradas na imagem da fome) e os humaniza. Fora isso, confesso, pouco interesse lhe encontro.

É que o conto é basicamente a história de uma guerra, com o insulto que lhe deu origem, e o confronto entre os animais de terra, que acorrem em apoio do urso, e a passarada, que acorre em apoio da carriça. Um par de estratégias, umas mais bem sucedidas que as outras, e a história chega ao fim com a vitória dos pássaros. Imagina-se que com o efeito de tornar os pintos de carriça ainda mais insuportáveis do que já eram. Uma fábula sem moral explícita, mas com a moral implícita de que se fores muito, muito, mas mesmo muito impertinente o mundo te abre todas as portas. Ou de que é melhor pensares duas vezes antes de abrir a boca, talvez, porque nunca se sabe quem é o idiota suscetível que está do outro lado. Nenhuma delas me agrada, e uma pareço ser estruturalmente incapaz de aprender. E como a literatura também não é famosa, este foi conto que li sem grande gosto.

Contos anteriores deste livro:

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