Enterro Televisivo, mais um dos pequenos contos de Mia Couto, é uma ternurentíssima história de amor. O título fornece pistas sobre o que se passa: estamos a acompanhar um enterro que não é como os do costume pois a viúva se vira para os netos e exige uma televisão nova. Que se passa com a antiga?, perguntam-lhe e ela encolhe-se nas poucas palavras da velhice obstinada. Mas lá lhe vão arrancando aos poucos que a antiga já não tem, que foi vontade do falecido, e por aí fora. Não vou contar tudo.
É um conto sobre a morte e a dor da perda definitiva de quem se ama. Sobre aquilo que fazemos e, mais ainda, sobre o que gostaríamos de ainda poder fazer pelos nossos entes queridos (detesto esta expressão) que já se foram. Sobre o luto.
Bate fundo, o raio do conto. Deve ser por isso que é bom. Ou vice-versa.
Contos anteriores deste livro:
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