O Primeiro Rull (bibliografia) é um conto de ficção científica de A. E. Van Vogt sobre, uma vez mais, uma invasão alienígena. Ou pelo menos algo de semelhante. Desta feita, os ETs são os rulls, uma espécia mimética e muito mais avançada que a humanidade, que envia agentes à Terra a fim de se misturarem com os indígenas e assim não só recolher informações mas também recuperar uma nave que por um infeliz acaso teria caído em mãos humanas.
O protagonista é um dos rulls, o que significa que nos vemos através dos seus olhos. É algo que a FC tentou fazer muitas vezes, mas só raramente com verdadeiro sucesso. É que não é nada fácil imaginar uma espécie suficientemente alienígena para ser credível ao mesmo tempo que se procura olhar para algo que se conhece bem, nós e a nossa cultura, através desses olhares imaginários. Há que equilibrar as idiossincrasias de cada uma das espécies, a real e a inventada, com a necessidade de tornar o resultado inteligível para leitores humanos e a combinação de compreensão e incompreensão que é inevitável em todos os contactos interespecíficos e que depende em muito dessas mesmas idiossincrasias. E bastante, também, de algum acaso.
Van Vogt não me parece que o tenha conseguido fazer bem. O conto não é mau, mas também não o achei bom. Não só a caracterização dos rulls é algo básica, uns vilões interstelares bastante típicos, como a própria história avança apressadamente espalhando pontas soltas por todo o lado. Isso confere-lhe algum dinamismo, é certo, mas o resultado seria muito melhor sem as pontas soltas. Este conto é, parece-me, um pouco medíocre.
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