Kate Maruyama também está presente nesta antologia com um excerto de romance, que no caso dela se intitula
Harrowgate. É um romance de horror, aparentemente com muito de horror psicológico mas também com horror sobrenatural. Uma história de fantasmas que parece ser francamente arrepiante e centrar-se na relação de uma mãe com o seu bebé recém-nascido. Bebé? Nascido? Bem... não propriamente. O melhor será chamar-lhe feto recém-abortado, morto, portanto, o que significa que se alguma relação existe só poderá ser com o seu fantasma. Para piorar ainda mais as coisas, enfiando-as decididamente no campo do mais absoluto pesadelo, a mulher teve de passar sozinha pelo trauma do aborto porque o pai que acabou por não o ser, e que também entra na história, estava ausente de casa em trabalhos científicos de campo. Sim, a tensão é múltipla e omnipresente.
O excerto está bastante bem conseguido. Se o livro conseguir sustentar a qualidade até ao fim, o que não me parece muito fácil — a história tal como aparece no excerto é muito intimista — poderá ser um belíssimo livro. Bem, talvez não belíssimo, que a beleza não é certamente o que aqui se tenta alcançar. Boníssimo, vá. Não sendo o horror o meu género favorito, não me despertou uma curiosidade particularmente grande, mas isso já tem a ver com o meu gosto pessoal, não com a qualidade que o livro me pareceu ter. Fosse eu mais amigo de sustos, arrepios e repugnâncias, tê-la-ia tido em quantidade bastante maior.
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