Brancaflor, mais um conto popular português recolhido por Adolfo Coelho, é, de longe a história mais elaborada que se pode encontrar neste início de livro e provavelmente, a crer num folheio rápido das que ainda estão por ler, de todo ele. Conta uma história típica dos contos de fadas: um rei, jogador, perde ao jogo a coroa com um seu criado, e também a filha — Brancaflor, naturalmente — pois esta, por motivos não especificados, decide transformar-se numa pomba e ir-se embora. Sim, a rapariga era bruxa. Tinha herdado a magia da mãe. Segue-se uma demanda em que o criado é enviado, com a promessa de, no fim, casar com a princesa. E onde há demanda há peripécias, já se sabe, ainda que estas possam estar mais ou menos bem amanhadas. Neste caso estão-no bastante bem; tudo faz sentido (bem, o sentido possível em contos de fadas), e o final é também um bom remate para uma história destas. Tudo elaborado e certinho. Uma história infantil pronta a servir, a fazer lembrar as dos Irmãos Grimm.
Contos anteriores deste livro:
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