domingo, 29 de maio de 2016

Lido: A Biblioteca de Babel

A Biblioteca de Babel, de Jorge Luís Borges, é daqueles contos a que nada que seja escrito a seu respeito fará justiça. Uma obra-prima absoluta, de imaginação, de concisão, de especulação tanto filosófica como literária. Descrevê-lo é fácil mas extraordinariamente redutor: ele descreve uma biblioteca infinita, habitada por nações inteiras de bibliotecários, que contém todos os livros que seria possível escrever, tanto aqueles que fazem sentido em alguma língua existente ou por existir, como todos os outros, em muito maior número, que não o fazem nem nunca (talvez) farão. É, portanto, um conto sobre a literatura mas sobretudo sobre a própria noção de infinito e o contraste entre ele e a finitude inerente ao conhecimento. Pois o infinito é sempre desconhecido, dissolve-se sempre em lonjuras inalcançáveis até para a própria especulação.

E tal como quem conhece alguma coisa sobre o que o rodeia fica sempre apenas com uma pálida noção do todo, quem leu estas linhas terá ficado com uma noção igualmente pálida do que é este magnífico conto. Há histórias que só lendo, e esta é uma delas.

Contos anteriores deste livro:

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