domingo, 17 de maio de 2015

Lido: 1º Concurso Cultural Cranik (primeira parte)

Conforme ameacei prometi quando comecei a falar da IAM, eis-me a falar de outra publicação lida em 2014 e que tinha ficado esquecida (e afinal ainda há mais uma! Fica para depois), esta antologia do 1º Concurso Cultural Cranik. O esquema será o mesmo da IAM: três contos por post e um apanhado geral no fim.

O Bicho, de Ana Beatriz Cabral, é um continho romântico e fantástico sobre boas ações. A história, embora não seja nada de particularmente original (trata-se de um conto que mete metamorfoses e curativos, e a história é tão curta que dizer muito mais que isto já entra pelo terreno das revelações excessivas), está bem construída. Não gostei foi do estilo literário, que não só me pareceu desadequado da história (a sucessão de frases curtas joga razoavelmente bem com enredos de ação, o que este não é), como se tornou cansativo logo à página três.

Sopros do Mal, de Cláudia Curcio, é uma história de violência, à qual o mesmíssimo estilo do conto anterior (frases curtas e sincopadas) se ajusta bastante melhor... apesar de acabar por se tornar igualmente cansativo. Mas a história poderia ter interesse se fosse mais bem explorada: que consequências pode ter uma família desestruturada e violenta, em especial quando a homofobia se junta à homossexualidade. Este conto é realista, ainda que não deixe de conter também uma componente de horror psicológico.

Hora do Embarque, de Edweine Loureiro, é uma historinha de horror pós-morte, escrita num estilo que me agradou bastante mais, e cujas personagem são as almas penadas de pecadores, na hora de embarcar no comboio que as levará... para algures. O tema é bastante cliché, mas a autora dá-lhe uma volta curiosa e o conto, não me parecendo propriamente bom, é o melhor deste grupo de três.

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