sexta-feira, 31 de agosto de 2018

Lido: A Elsa Esperta

Os contos tradicionais fartaram-se de viajar ao longo dos séculos, na companhia de comerciantes e mercadores, exércitos invasores ou bandos de fora-da-lei, emigrantes e refugiados, aventureiros, enfim, todas as espécies de nómadas, de gente que anda de um lado para o outro, levando consigo as histórias que aprendeu e transmitindo-as a quem nunca as tinha ouvido. Assim, as recolhas de contos tradicionais, mais ou menos alterados por quem as fez, e quase independentemente do país em que tenham sido feitas, estão repletas de histórias que são meras variantes umas das outras, e até de histórias praticamente idênticas. E isso torna-se particularmente claro quando se lê praticamente em simultâneo duas recolhas do género feitas por pessoas diferentes em dois países diferentes e em dois momentos diferentes. E é isso o que eu tenho vindo a fazer com este livro dos Irmãos Grimm e com o livro do Adolfo Coelho.

Já por várias vezes identifiquei em histórias de Adolfo Coelho versões de histórias de Grimm que tinha lido antes ou que já conhecia de miúdo. Mas este A Elsa Esperta é diferente: é praticamente uma cópia a papel químico de uma história lida há algum tempo no livro português, A Machadinha. Bem... exagero: a cópia não é assim tão perfeita. Há algumas diferenças, uma maior elaboração dos motivos neste conto dos Grimm, mais rodeios, mais gente a descer à adega, em suma, a história é contada de forma menos direta. Mas o enredo básico é precisamente igual e o resultado final também, e por isso praticamente tudo o que eu disse sobre o conto português se aplica ao alemão. Com um senão: o conto português era razoavelmente divertido; este nem por isso. Provavelmente porque eu já conhecia a "punch-line".

Contos anteriores deste livro:

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