domingo, 20 de junho de 2021

Leiturtugas #107

Mais uma semana de Leiturtugas, e mais uma sessãozinha de divulgação do que foi sendo escrito por aí. Mas antes, o resultado final do sorteio:

Apesar dos denodados esforços do excel, que parecia decidido a entregar-lho, o Artur não quis o livro. Já conhecia a obra. Por conseguinte, passou à Carla Ribeiro, que o quis, e será portanto ela a ficar com ele e com a penalização no próximo sorteio.

Tenho andado a matutar na ideia de alterar estas penalizações para aumentar a hipótese de algum dos oficiosos levar um livro para casa. Neste momento, o vencedor fica no sorteio seguinte com o coeficiente reduzido a um terço do que teria se não tivesse ganhado o livro, voltando ao normal no outro a seguir. Ou seja: se o coeficiente não penalizado fosse 30 (e estamos a chegar lá), o penalizado seria 10, voltando à casa dos 30 logo a seguir. Mesmo penalizado, ainda tem 10 vezes mais possibilidades de ganhar que o mais prolífico dos oficiosos. A ideia que tenho estado a avaliar é alargar o prazo de validade da penalização, e a própria penalização, mas reduzindo-a com o tempo. Isto é: Fulano ganhha um livro agora. No sorteio seguinte ficaria com o coeficiente reduzido a um quarto (i.e., em vez de 30, tem 7,5), no outro a seguir a um terço (i.e., 10 no lugar de 30) e no outro a metade (15 em vez de 30, portanto). Isto teria o efeito de reduzir as possibilidades de três dos participantes oficiais ao mesmo tempo, aumentando por conseguinte a de todos os outros, incluindo as dos oficiosos, mas pode tornar-se bastante complicado bastante depressa. É que mesmo com os coeficientes reduzidos é possível ganhar e depois temos de lidar com penalizações compostas. E mesmo com os coeficientes reduzidos os oficiais mantêm muito mais possibilidades que os oficiosos, e mantê-las-ão até que estes acumulem leituras suficientes para reduzir a desproporção. De modo que não sei se mude, se fica como está. Aceito opiniões.

Mas adiante.

É da mesma Carla Ribeiro a única leiturtuga oficial da semana. Ela opinou sobre Bairro sem Saída, um romance de Fernando Ribeiro (sim, o dos Moonspell) publicado pela Suma de Letras em maio último, que parece ter pelo menos um pé firmemente plantado no realismo mágico. O que não tem é nada de FC, pelo que a Carla passa a sinalefar 1c9s.

Mas esta semana houve várias oficiosas.

Começou com uma opinião da "Charneca em Flor" sobre outro livro que também tem um pé firmemente implantado no realismo mágico: O Ano Sabático, de João Tordo. Trata-se de um romance publicado originalmente em 2012, que a Charneca parece ter lido na edição de 2018 da Companhia das Letras, sobre o velho tema dos duplos tratado, entre muitos outros, por Saramago n'O Homem Duplicado. Como os livros sobre este tema costumam ter um cheirinho de FC, mais ou menos leve, vou supor que este também tem.

Depois, chegou uma opinião da Fernanda sobre Deus, Pátria, Família, título assumidamente salazarento que Hugo Gonçalves usa para situar o seu romance numa realidade alternativa do Portugal salazarista. Ou seja, tudo indica que este livro, publicado pela Companhia das Letras em maio último, é uma história alternativa. Ora a HA conta como FC, portanto a Fernanda começa bem.

O terceiro ofiocioso da semana é a Adelaide Bernardo, que opina sobre um livro que já tinha aparecido por aqui: a distopia Tropel, de Manuel Jorge Marmelo, edição da Porto Editora datada do ano passado. Mais um livro com FC. E a Adelaide também começa bem.

É tudo? Não, não é tudo.

Também tivemos outra ótima estreia, a da "Ladyxzeus", que nos traz uma breve opinião sobre Saúde e Fraternidade de Campos Monteiro, um livro de 1923 que imagina Portugal entre 1924 e 1926. FC? FC, ainda que não particularmente científica, um daqueles casos em que as técnicas da FC (ou algumas delas, pelo menos) são usadas para fins satíricos. E ainda por cima a "Ladyxzeus" parece ter lido o livro na edição original da Livraria Civilização, com quase 100 anos de idade.

É tudo? Não, que também tivemos a estreia do Nuno Ferreira a opinar sobre os dois romances que encerram a primeira série de Allariya, de Filipe Faria, livros que também já tinham aparecido por aqui. Intitulados O Fado da Sombra e Oblívio, foram publicados pela Presença em 2009 e 2011, respetivamente, e nada têm de FC.

E agora, é tudo? Sim, sim, agora é tudo. Até para a semana.

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