quarta-feira, 30 de junho de 2021

Mia Couto: Escrevências Desinventosas

E voltamos às crónicas que o são mesmo, voltando também à ironia. Mia Couto, o trocadilhento Mia Couto, aquele que quando lê "deter gente" se lembra logo de "detergente", sempre foi dado a meter palavras na invenficina, abrir-lhes o motor e ver que botas brotam das suas cambotas. Mas sempre foi também muito criticado por isso, que há por aí uns homens-aranhas da língua, sempre prontos a trepar paredes sempre que ela lhes aparece à frente de alguma forma transfigurada. Todos os conhecemos; é fauna abundante e vociferante. E Couto, talvez farto de os combater ou simplesmente de os ouviler, resolveu gozar com eles.

Começa logo no título de Escrevências Desinventosas, e vai por aí fora até ao fim. Couto põe-se ironicamente do lado dos que o criticam, afirmando que é inadmissível fazer-se com a língua o que ele faz... enquanto o vai fazendo. O resultado é daquelas crónicas muito divertidas para quem as percebe e muito irritantes, imagino, para quem lhes serve de alvo. Tudo bom.

Textos anteriores deste livro:

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