E eis um conto que tem todo o ar de ter sido incluído nesta compilação praticamente tal e qual foi contado, quer tenha sido contado diretamente aos Irmãos Grimm, quer o tenha sido por interposta pessoa. Muito curto, mal passando da meia página, A Mortalhinha é um conto de fantasmas envolto em roupagens cristãs sobre a morte de um filho e o sofrimento da mãe.
Na verdade, soa quase a sermão. Podia perfeitamente ser daquelas histórias que os padres contam nas cerimónias religiosas, destinadas a levar os fiéis a suportar o sofrimento sem entrarem em desespero. Ou pelo menos sem tornarem demasiado visível esse desespero.
O mais curioso para mim é que embora nesta história apareça um fantasma, não há nela nem sombra do horror que normalmente se associa a essas entidades sobrenaturais. Mas não é uma história memorável; longe disso. Nem a dimensão o permitiria. Ou por outra, a dimensão não impede que a história se torne memorável, mas certamente dificulta. E esta história, com as suas muito vincadas marcas de oralismo, tampouco tem qualidade literária que a torne mais forte. É uma historinha simpática, mas pouco mais.
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