sexta-feira, 7 de janeiro de 2022

Irmãos Grimm: Contos da Cobra

E eis que de repente não temos direito a um conto, mas a três.

Lendo-os percebe-se bem por que motivo os Irmãos Grimm fizeram com eles um grupo e os intitularam coletivamente como Contos da Cobra. Não só têm todos como personagem por uma cobra, são também todos protagonizados por uma criança. E são todos fábulas. E são todos bastante curtos.

A sequência parece ter sido escolhida para apresentar primeiro o conto mais elaborado, deixando para o fim aquele que está mais reduzido à sua expressão mais simples. O primeiro, com uma página de extensão, conta a história de uma criança pequena que partilha com uma cobra o leite que a mãe lhe deixa, bondade que o réptil paga trazendo à criança tesouros. Mas tudo é estragado pela mãe, que se assusta e mata a cobra, o que tem consequências trágicas.

A segunda é um só parágrafo e conta a história de uma órfã que recebe de uma cobra uma coroa de filigrana dourada, após o que o réptil regressa e, não encontrando a coroa, mata-se. Não tem grande lógica? Pois não. Dá a sensação de que falta qualquer coisa a esta história, isto é, que se trata apenas de uma parte de uma história maior.

A terceira são três linhas e nem me parece que se possa chamar-lhe com propriedade história. É só um diálogo entre uma cobra e uma criança, e a sensação de que há qualquer coisa em falta (muita coisa em falta, na verdade) é ainda maior do que na segunda.

Nenhuma destas histórias é particularmente interessante.

Contos anteriores deste livro:

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