sexta-feira, 28 de outubro de 2022

Por fim, temos introduções, ou prefácios se preferirem; basta clicar nas imagens

«[...] Sou suspeito, evidentemente. Não se espere de mim que não o seja sendo não só organizador e autor como tendo acompanhado de perto o desenvolvimento de todas estas histórias. Mas, suspeito ou não, declaro aqui oficialmente que gosto deste livro. É um livro em que a FC predomina, mas não é um livro de FC; é um livro com FC. As ratazanas por um lado e parte do material vindo do Infinitamente Improvável por outro emprestam-lhe outras coisas, da fantasia ao horror, passando por surrealismo, realismo mágico e uma quantidade razoável de humor. E vários eteceteras. Isso dá ao todo um equilíbrio e uma variabilidade que talvez não tivesse se tudo fosse FC — ou qualquer outro género. E também não é uma antologia temática, ainda que tampouco seja uma antologia de tema livre; é uma antologia semitemática, parcialmente composta por histórias integradas num mesmo universo partilhado ou, vá, que têm o mesmo ponto de partida, seguindo depois caminhos muito diversos, e parcialmente composta por histórias em que cada autor escreveu o que e como bem entendeu, embora sempre em interação com os restantes. [...]»
in Ratazanas e Outros Acepipes


«[...] Um ano e tal depois, ficou tudo feito. Quase-quase. O trabalho foi sendo adiado por vários motivos, entre os quais foi avultando um certo desânimo muito pessoal, a que os outros são totalmente alheios, e a ideia de que publicar num momento em que tudo à volta está num imenso caos é correr o risco do livro passar completamente despercebido, ainda mais do que seria de esperar de uma publicação de ficção científica (sobretudo), em Portugal, e feita desta forma. É correr atrás de uma meta ao mesmo tempo que a pista se vai esboroando debaixo dos nossos pés. Portanto, se calhar, o melhor será esperar que as coisas melhorem. Pelo menos um pouco.
Mas a dada altura veio a mentalização de que é muito possível que as coisas não melhorem nunca. De que se isto não for publicado em breve, o mais certo é nunca chegar a ser publicado. E isso não seria justo para quem dedicou a este projeto tanto do seu tempo, do seu esforço e do seu talento. O inferno está cheio de projetos lançados com pompa e circunstância e que nunca chegam a ver a luz do dia. Não quero contribuir para o encher mais. [...]»
in Ratazanas e Outros Petiscos

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