Há alguns anos, ganhei o hábito de googlar o meu nome uma ou duas vezes por ano. Os resultados trazem-me sempre à memória coisas de cuja existência já não me lembrava e, o que é mais interessante para mim, coisas cuja existência desconhecia por completo. Entre estas, há um subgrupo particular de coisas francamente bizarras.
Hoje, aproveitando uns minutos de sossego, fiz uma dessas pesquisas. E descobri um chico-esperto.
É um chico-esperto brasileiro, chamado Décio Novaes e com base na cidade de Palmas, estado de Tocantins. Isto, claro, partindo do princípio de que nenhuma desta informação é falsa, o que é algo arriscado.
Pois o amiguinho Décio achou boa ideia tentar lucrar fraudulentamente com obra alheia. Como? Pondo à venda (este link tenderá a desaparecer... mas aqui fica a prova em print screen) por 9 reais (pouco mais de 2€) um ebook do meu conto de ficção científica/horror O Telepata Experiente no Reino do Impensável, publicado no e-nigma há mais de dez anos. Sem autorização nenhuma, obviamente. Mas a questão nem é essa: a venda de artigos em segunda mão segue regras muito próprias e, embora seja muito duvidoso que um ebook se possa enquadrar aí, a questão é suficientemente nebulosa para dar a este tipo de vigaristas alguma margem de manobra.
A questão é que este indivíduo está a tentar defraudar os seus putativos clientes porque o conto está disponível, gratuitamente, como sempre, no site onde foi publicado, tanto em HTML como em PDF. É só irem lá e lerem ou fazerem download. Livremente. Poupam dinheiro e, ao contrário do que é hábito, é o acesso gratuito que é legal.
Quanto ao site onde isto está a decorrer, o Mercado Livre, dificulta de tal forma a denúncia de situações destas (eu inscrevo-me no programa de proteção à propriedade intelectual é o caraças... era o que faltava ter de me associar ao site antes de poder denunciar um negócio fraudulento) que só pode ter o nome de cúmplice. Afinal, ganha dinheiro com cada transação, seja ela legal ou fraudulenta, portanto quanto mais porcarias destas houver, melhor. Não é, amiguinhos?
Sic transit gloria interneti.
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