Com Samantha Kymmell-Harvey esta antologia regressa aos contos, intitulando-se o dela:
Cadence. É uma história interessante de fantasia, passada nos tempos do Império Austro-Húngaro, protagonizada por um par de irmãos, músicos e nacionalistas húngaros, que capturam uma rusalka para a utilizarem numa conspiração para assassinarem o imperador austro-húngaro e assim alcançarem a liberdade da sua pátria. O leitor lusófono típico tem desculpa por não saber o que diabo vem a ser uma rusalka, uma vez que não há grandes contactos entre as nossas culturas e as eslavas, de onde essas criaturas mitológicas são originárias. Trata-se de ninfas aquáticas que, pelo menos neste conto (as características variam um pouco), são capazes de capturarem a vontade dos homens através do canto, levando-os à morte. Uma espécie de sereias, portanto.
Pois aqui é esse o fulcro da história. Esta vai acompanhando a evolução dos preparativos para o ataque, os seus avanços e recuos, e também os avanços e recuos na relação entre a rusalka e os seus captores.
Apesar de não me ter propriamente enchido as medidas, esta história é, como disse, interessante e teve o mérito adicional de apresentar um tipo de criatura mitológica de origem distinta das habituais grega, germânico-escandinava e anglo-saxónica, tão predominantes na fantasia de língua inglesa. É uma boa história, bem escrita e concebida e concluída de forma inteligente.
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