Consoante a forma como se conta, este número inclui 17 ou 18 contos, quase todos do bom para cima, e mesmo os dois ou três mais fracos nunca chegam a descer abaixo do razoável mais. O nível médio é, portanto, invulgarmente alto. Quase todas as histórias se integram em uma ou outra vertente das literaturas do imaginário, ainda que uma ou duas o façam de uma forma algo cosmética. As restantes oscilam na sua maioria entre o surrealismo, a werd fiction, o fantástico propriamente dito e o horror, por vezes com uma dose significativa de humor a apimentá-las. Todas, e sim, aqui incluem-se aquelas que por um motivo ou por outro me agradaram menos, mostram um cuidado literário bastante elevado.
Uma das coisas mais curiosas nesta publicação, que aliás a eleva a mais do que a mera soma das partes que é hábito encontrar-se em revistas, é notar-se nela uma espécie de fio condutor implícito, como que fantasmagórico até. Isto apesar de toda a variedade das histórias de que se compõe. Ou seja, apesar de as histórias nada terem a ver umas com as outras, pelo menos à primeira vista, a sua reunião é de tal forma harmoniosa que o todo funciona um pouco como um jogo de tetris bem jogado: as peças podem ser díspares, em forma e em cor, mas encaixam-se numa perfeição quase perfeita.
Mas, claro, as partes não se dissolvem nesse todo, e cada uma vale por si. Eis, portanto, o que achei dos contos individualmente considerados:
- Climbing the Tallest Tree in the World
- Mighty Fine Days
- The Assistant to Dr Jacob
- Buffet Freud
- Ice Age
- The Vanishing Life and Films of Emmanuel Escobada
- Berenice's Journal
- Showcase
- Eyes Like Water Like Ice
- Earthworks
- Striped Pajamas
- The Drowned
- Adult Books
- Nothing
- The Secret
- A Spot of Tea
- White Dream
- Four Minutes Thirty Three Seconds
Sem comentários:
Enviar um comentário
Por motivos de spam persistente, todos os comentários neste blogue são moderados. Comentários legítimos passam, mas pode demorar algum tempo. Como sempre acontece, paga a maioria por uma minoria de abusadores. Parece ser assim que o mundo funciona, infelizmente.