terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Lido: No Galinheiro, no Devagar do Tempo

No Galinheiro, no Devagar do Tempo é mais um continho de Ondjaki sobre as peripécias da sua juventude, embora este seja menos "inho" que os restantes. Voltamos a encontrar aqui a prima Charlita e família de míopes que partilham um par de óculos para ver telenovelas brasileiras, mas em crise, pois Charlita vai de viagem a Portugal (ou "à Tuga") a uma consulta... e leva os óculos consigo.

É um conto que me diz pessoalmente mais que a maior parte dos outros, porque ressoa em várias facetas do meu umbigo. Sei o que é andar em consultas de oftalmologia e também vivi o tempo em que as telenovelas brasileiras eram divertidas, bem feitas, bem representadas e cheias de personagens castiças como o Odorico Paraguaçu ou a Viúva Porcina. Por conseguinte, gostei mais desta história que da maioria das outras mas, olhando-a com olhos mais limpos de umbiguismos, só posso ver nela as mesmas qualidades e defeitos de todas as outras.

Bem... ou quase. Creio que esta história é mesmo um pouco melhor que a maior parte das outras. Porque é mais desenvolvida e porque o final, de uma subtileza precisa, nada explica enquanto explica tudo.

Contos anteriores deste livro:

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