sexta-feira, 8 de julho de 2016

Lido: A Herança Paterna

A Herança Paterna é outro dos continhos muito curiosos recolhidos por Adolfo Coelho. É que por detrás deste título inócuo se esconde um conto que podia perfeitamente ter saído das Mil e Uma Noites. Sim, que podemos não ter lâmpada mágica, mas temos uma caixa velha; pode não haver um génio aprisionado dentro da dita lâmpada, mas há um "pretinho muito pequenino" que só não é djinn porque se viu adaptado às tradições e realidades implantadas num lugar diferente. O que faz, isso, é exatamente igual. A história é a de dois irmãos que recebem uma herança por morte do pai, cabendo a um as riquezas que havia a distribuir e ao outro a caixa velha. Mas eis que desta sai o tal pretinho, tão capaz de conceder desejos como se alguém tivesse esfregado a lâmpada do Aladino, e eis que até despontam palácios por artes mágicas, como na história do Aladino, o que desperta invejas, conflitos e crueldades. Não que a história seja idêntica; a adaptação faz-se sentir, aparecem cães e gatos falantes como na maioria das fábulas europeias. Mas os irmãos desavindos que se reconciliam por atos de generosidade intermediados pela magia daquela espécie de génio tornado africano têm claramente a mesma origem da história da lâmpada mágica. Muitíssimo interessante.

Contos anteriores deste livro:

Sem comentários:

Enviar um comentário

Por motivos de spam persistente, todos os comentários neste blogue são moderados. Comentários legítimos passam, mas pode demorar algum tempo. Como sempre acontece, paga a maioria por uma minoria de idiotas. Parece ser assim que o mundo funciona, infelizmente.